terça-feira, 1 de dezembro de 2009

R$ 3,65 trilhões será a perda do Brasil nos próximos 40 anos

O Brasil pode perder R$ 3,65 trilhões do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos 40 anos - ou seja, jogar fora pelo menos um ano e meio de tudo o que é produzido no país - para conter os efeitos das mudanças do clima, segundo o estudo "Economia da mudança do clima no Brasil: custos e oportunidades". O documento, elaborado por um consórcio de instituições brasileiras de pesquisa comissionado pela embaixada britânica, põe, pela primeira vez, na ponta do lápis, o preço que a economia brasileira teria que pagar pela inação e os investimentos necessários para adaptá-la às novas condições climáticas do planeta.

Distribuídas, as perdas do PIB encolheriam o poder de compra potencial das famílias de 1,1% a 3,4%, ou em cerca de US$ 200 bilhões. A preços de hoje, isso significa uma média per capita de até R$ 18 mil (ou 180% do consumo anual per capita atual) em relação aos ganhos que o poder de compra poderia ter com o crescimento econômico previsto para o período, se acompanhado de medidas para reduzir as emissões.

O prejuízo para a agricultura, um dos principais setores da economia brasileira, seria expressivo para a maioria das safras, que vão precisar de investimentos anuais importantes daqui para frente para lidar com as temperaturas mais altas. O cultivo de soja - um dos produtos de ponta da pauta de exportações brasileira - seria o mais afetado, com uma redução de 30% a 34%, seguido por café e milho (com quedas de 12% a 17% e 15%, respectivamente).

O estudo calcula que, se forem investidos R$ 378 milhões ao ano em pesquisas para a modificação genética da soja, por exemplo, o grão poderá se adaptar às novas condições e ainda trazer um benefício oito vezes maior do que estas despesas. O milho será a cultura que mais vai requerer investimentos: R$ 354 milhões ao ano para a modificação genética e outros R$ 309 milhões em irrigação.

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O GLOBO